PLANEJAMENTO NORMATIVO E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

(Texto de Ezequiel ander-Egg)

 

Para melhor compreender o conteúdo, significado e metodologia do planejamento estratégico, nada melhor do que começar com uma comparação com o planejamento normativo, que poderíamos dizer que é a forma clássica de planejamento

 

O planejamento estratégico (a nova proposta de teoria e prática de planejamento)  utiliza procedimentos estratégicos na qual se utiliza de maneira particular, a direcionalidade do processo (manter o arco direcional para alcançar determinadas metas e objetivos) e ajustar tanto quanto seja necessário e seguir a intervenção dos diferentes atores sociais, a trajetória do processo de planejamento em sua realização concreta.

 

Se parte de uma situação inicial (resultado do diagnóstico) e se estabelece uma trajetória (arco direcional) face a situação objetivo (o que se quer chegar mediante o consenso entre diferentes atores sociais) Desde esta concepção e prática, o planejamento é um modo atuar emergindo da realidade, levando em conta o modelo político de comportamento que resulta na atuação dos diferentes atores sociais que não tem iguais objetivos  nem trajetórias de estratégias de atuação similares.  

 

 

Com todos os riscos de simplificação ( a prática apresenta variantes com ênfase em um ou outro aspecto) poderíamos fazer a seguinte comparação.

 

PLANEJAMENTO NORMATIVO

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

# Basicamente é um problema técnico

 

# Centrado na lógica da formulação

 

# Os planos, programas e projetos expressam o desejável

 

# Enfatiza o tecnocrático, fazendo do planejamento uma tecnologia que orienta as formas de intervenção social

 

# Dá muita importância ao papel dos técnicos

 

 

 

 

# O centro do planejamento é um desenho e se expressa em aspectos específicos da realidade social

 

 

 

# A definição de objetivos resulta do diagnóstico

 

 

# Importância nas decisões do sujeito planejador que esta fora da realidade, considerada como objeto do planejamento

 

 

 

# Não leva em conta , de maneira significativa, os oponentes, os obstáculos e dificuldades que condicionam a factibilidade do planejamento

 

# O ponto  de partida é um modelo analítico que explica a situação problema, expressa num diagnóstico.

 

# O ponto de chegada é um modelo normativo, que expressa o desenho do deve ser

 

 

# A dimensão normativa se expressa num deve ser, da qual deriva um esquema rigoroso, formalizado e articulado na atuação.

 

 

# Se parte do pressuposto:

 

 de que o sistema social pode ser objeto de orientação por parte do planejador

 

 

 

 

. o sujeito que planifica esta sobre e fora da realidade planificada.

 

 

 

# O sujeito que planeja tem monopólio do plano

 

 

# O sujeito que realiza o plano tem capacidade de controlar a realidade planificada

# Basicamente é um problema entre pessoas

 

# Centrado na lógica da realização

 

# Os planos, programas e projetos, expressam a possibilidade

 

# Destaca a importância da política e da intervenção dos diferentes atores sociais.

 

 

# Importância de integrar o aporte metodológico dos diferentes profissionais com as expectativas, interesses e necessidades e problemas das pessoas envolvidas

 

#O centro do planejamento e a dinâmica da condução não se cristaliza em um plano, levando em conta permanentemente as questões da conjuntura política, econômica e social.

 

# A definição do objeto resulta do consenso social entre os diferentes atores sociais implicados no processo

 

# Importa a confluência das decisões dos diferentes atores sociais que, de uma ou outra forma, esta interessado e implicados; o sujeito planejador esta dentro da realidade e coexiste com outros atores sociais

 

# Procura conciliar o conflito  e o consenso como os fatores atuantes dos processos sociais e que condicionam a realização do planejamento.

 

# O ponto de partida é a situação inicial que explica a situação problema, expressa  num diagnóstico.

 

# O ponto de chegada é a situação objetivo que expressa a realização do tempo e da imagem objetivo, que configura o horizonte utópico.

 

# A situação objetivo se articula com um plano estratégico do pode ser e um plano operacional  com a vontade de fazer, não existe um esquema rígido de ação  mas sim uma preocupação com a direcionalidade.

 

# Se parte do pressuposto:

.

 de que o sistema social esta integrado por pessoas que tem sua própria escala de valores e estabelece o que é conveniente e inconveniente, bem ou mal com o objetivo a alcançar.

 

. O ator que planeja esta inserido na realidade que  planeja, coexistindo com outros atores sociais que de  algum modo, também planificam.

 

# Não há monopólio na elaboração do planejamento, mas a coexistência de vários planos.

 

# Os atores que planejam não controlam por si só a realidade planejada.

 


Esse texto serve  como subsídio para análise de tática e estratégia

A HISTÓRIA DE 2 PULGAS
"Muitas empresas caíram e caem na armadilha das mudanças drásticas de coisas
que não precisam de alteração, penas aprimoramento".
O que lembra a história de duas pulgas.
Duas pulgas estavam conversando e então uma comentou com a outra: - Sabe
qual é o nosso problema?
Nós não voamos, só sabemos saltar.
Daí nossa chance de sobrevivência quando somos percebidas pelo cachorro é
zero.
É por isso que existem muito mais moscas do que pulgas.
E elas contrataram uma mosca como consultora, entraram num programa de
reengenharia de vôo e saíram voando. Passado algum tempo, a primeira pulga
falou para a outra:
- Quer saber ? Voar não é o suficiente, porque ficamos grudadas ao corpo do
cachorro e nosso tempo de reação é bem menor do que a velocidade da coçada
dele.
Temos de aprender a fazer como as abelhas, que sugam o néctar e levantam vôo
rapidamente.
E elas contrataram o serviço de consultoria de uma abelha, que lhes ensinou
a técnica do chega-suga-voa.
Funcionou, mas não resolveu.
A primeira pulga explicou por quê:
- Nossa bolsa para armazenar sangue é pequena, por isso temos de
ficar muito tempo sugando.
Escapar, a gente até escapa, mas não estamos nos alimentando direito.
Temos de aprender como os pernilongos fazem para se alimentar com aquela
rapidez
E um pernilongo lhes prestou uma consultoria para incrementar o tamanho do
abdômen.
Resolvido, mas por poucos minutos. Como tinham ficado maiores, a aproximação
delas era facilmente percebida pelo cachorro, e elas eram espantadas antes
mesmo de pousar.
Foi aí que encontraram uma saltitante pulguinha:
- Ué, vocês estão enormes! Fizeram plástica?
- Não, reengenharia. Agora somos pulgas adaptadas aos desafios do século 21.
Voamos, picamos e podemos armazenar mais alimento.
- E por que é que estão com cara de famintas ?
- Isso é temporário. Já estamos fazendo consultoria com um morcego, que vai
nos ensinar a técnica do radar. E você?
- Ah, eu vou bem, obrigada. Forte e sadia.
Era verdade. A pulguinha estava viçosa e bem alimentada.
Mas as pulgonas não quiseram dar a pata a torcer:
Mas você não está preocupada com o futuro?
Não pensou em uma reengenharia?
- Quem disse que não? Contratei uma lesma como consultora
- Ha? O que as lesmas têm a ver com pulgas?
- Tudo. Eu tinha o mesmo problema que vocês duas. Mas, em vez de dizer para
a lesma o que eu queria, deixei que ela avaliasse a situação e me sugerisse
a melhor solução.
E ela passou três dias ali, quietinha, só observando o cachorro e então ela
me deu o diagnóstico .
- E o que a lesma sugeriu fazer??
"Não mude nada. Apenas sente no cocuruto do cachorro. É o único lugar que a
pata dele não alcança"
Você não precisa de uma reengenharia radical para ser mais eficiente...

Muitas vezes, a GRANDE MUDANÇA é uma simples questão de reposicionamento.
(Texto de Max Gehringer)