MONTAGEM
DE PLANOS E/PROGRAMAS E/OU PROJETOS
A
Planificação, no processo de planejamento, é realizada no momento em que, após
a tomada de um conjunto de decisões
para a realização de uma política definida em face de uma realidade
determinada, elas são sistematizadas , interpretadas e operacionalizadas em um
documento.
No
entanto, como muitos elementos , que nas demais fases tiveram tratamento
superficial, deverão ser explicitados e detalhados na elaboração deste
documento, esta fase inclui também um trabalho de negociações das propostas
nele contidas: em geral, é preparado um documento preliminar, que sofre análise
, objeções, cortes , acréscimos e, finalmente, recebe a sanção dos centros
decisórios quando, então, é transformado em documento final.
Para
um bom andamento dessas negociações e a obtenção de um maior grau
de sanção às propostas feitas, a equipe planejadora precisará, muitas
vezes, desenvolver um trabalho paralelo de
envolvimento dos responsáveis pelas decisões no andamento do processo.
Envolvimento esse que os motive a uma participação, ainda que indireta, na
criação e montagem das proposições, através de consultas, relatórios,
reuniões, etc.
A
viabilidade de sanção as propostas tende a aumentar , a medida em que
estas apresentem determinados padrões de qualidade, já estudado por
diversos autores.
a)
Ser politicamente aceitável e sensível às aspirações da população
Isto
significa que a proposta deve apresentar uma probabilidade acima da média de
ser aprovada pelos centros decisórios e pela população que será alcançada
pelos efeitos da ação planejada. Para tanto, os técnicos deverão ter levado
em conta a diversidade de interesses dos diferentes grupos da população; deverão
estar cientes das flutuações políticas, das pressões exercidas por
determinados grupos para conseguir determinados tipos de soluções; do estado
de espírito da população em relação ao problema focado e aos problemas
afins. Sem esses cuidados e sem o
equacionamento das dificuldades decorrentes , poderá haver o risco de obstruções
e, até mesmo, do engavetamento do trabalho.
b)
Ser exeqüível
O
que significa apresentar um bom índice de viabilidade técnica e econômica: de
acesso a recursos técnicos e materiais para sua execução; de possibilidade de
mobilização de pessoal na quantidade e de qualidade exigidas para sua realização;
de possibilidade de obtenções de recursos institucionais de apoio, necessário
a sua efetivação (leis, convênios, etc).
c)
Ser economicamente eficaz
Que
possibilite o alcance do máximo benefício ao menor curso econômcio-social, em
relações demais alternativas possíveis. A economicidade do proposto pode ser
medida, também, pela sua capacidade de estimular outras atividades que
favorecerão o alcance dos objetivos, sem custo adicional de operação.
d)
Ser tecnicamente racional, coerente e adequado aos fins propostos
Que
apresente padrão que permita o desempenho lógico da ação planejada, que seja
moderno em termos de propostas técnicas; que ofereça segurança quanto ao
alcance dos resultados previstos (incluindo o nível de risco), não apenas em
termos de determinados objetivos específicos ou operacionais mas,
principalmente , em relação aos objetivos gerais e a própria razão de ser de
sua execução.
e)
Ser flexível e intercambiável
Deve
oferecer condições para, no momento de sua execução, ser adaptado em função
de variáveis não previstas ou imprevisíveis. Ao mesmo tempo, deverá
possibilitar uma ação, no meio , que facilite a troca permanente de informações
com os demais programas e possibilite que seu funcionamento seja, tanto quanto
possível, integrado e integrante.
Os
documentos decorrentes dessa elaboração, podem se caracterizar como um plano ,
um programa ou um projeto, dependendo do nível decisório a que se relaciona,
de seu âmbito e de seu grau de agregação de variáveis e detalhamento.
Friedmann
assinala que tanto o plano , como o programa ou o projeto, tem três dimensões
essenciais:
*
Tempo - isto é , cobre um período de tempo limitado. É montado no momento
presente, tendo em vista uma realização futura, o que vem exigir a elaboração
do quadro da situação futura pretendida e dos prazos
para o seu alcance.
*
Espaço - a ação planejadora se realiza em áreas delimitadas espacialmente;
*
Volume - o planejamento visa resultados concretos, mensuráveis em termos de
volume, e sua realização deve contar, também, com recursos físicos e
materiais concretos.
PLANO
O
plano delineia as decisões de caráter geral do sistema, suas grandes linhas
políticas, suas estratégias, suas diretrizes e precisa responsabilidades.
O
plano tem o sentido específico de sistematizar e compatibilizar objetivos e
metas, procurando otimizar o uso dos recursos do sistema. Deve, ainda, fornecer
referencial que permita continuar os estudos setoriais e/ou regionais, com
vistas a elaborar programas e projetos específicos,
dentro de uma perspectiva de coerência interna do sistema e externa, em relação
ao contexto no qual o sistema se insere.
A
exequibilidade do plano está condicionada a uma ponderável centralização de
decisões e de controle dentro do sistema: requer que as unidades dos diferentes
níveis acompanhem as decisões e aceitem o controle centralizado. Segundo
Lozano são seguintes os componentes estruturais de um plano:
#
a síntese dos fatos e necessidades que motivam o plano e a formulação de
objetivos;
#
a formulação da política de prioridades (explícita) e a razão da escolha;
#
o quadro ordenado , por itens, das mudanças a operar, quanto a expansão de
diferentes níveis e modalidades do sistema, a estrutura e ao conteúdo dos
setores e dos níveis de rendimento previstos;
#
o quadro cronológico das metas ou resultados a alcançar ao término do período
ou em etapas;
#
os tipos e a magnitude dos recursos
humanos, físicos e instrumentais indispensáveis (cronograma dos momentos de
disponibilidade);
#
o volume e a composição das inversões e os gastos para todo o período e para
cada fase;
#
a especificação das fontes e /ou modalidades de financiamento
#
a previsão de mudanças legais, institucionais e administrativas indispensáveis
para a viabilidade do plano;
#
a distribuição das responsabilidades de execução e de avaliação dos
resultados